Era uma vez um Homem de Açúcar que vivia na Terra do Açúcar em meio aos confeitos de jujuba, chantilly, brigadeiro, e maria-mole. Tinha uma moto e um cachorro de estimação, o Buda, mas devia obediência cega à Grande Doceira, cozinheira poderosa que controlava todos os habitantes daquele lugar. De tanto conversar com o Buda, achou que precisava fazer alguma coisa pra melhorar seu astral. Buda falava pouco mas sempre deixava nas entrelinhas mensagens de libertação, cantando músicas do Freedom, do Johnny Cash e do Led Zeppelin. Um certo dia o Homem de açúcar resolveu conhecer outras terras, avisou ao Buda (que sorriu) e, contrariando as previsões da Grande Doceira, decidiu dar uma volta de moto sob a chuva que começava. Mesmo com a advertência insistente da cozinheira, montou na cavalaria e acelerou na avenida. A água batia em seu corpo derretendo a estrutura e desmanchando a camada doce. Sob as rachaduras das dobras velhas e endurecidas pela glicose, surgiu uma pele lisa, até então desconhecida. E quanto mais percebia o melado escorrendo pelo seu corpo, mais acelerava, sentindo que precisava se livrar da velha cobertura. A roda de trás deslizava no caldo doce e o Homem de Açúcar precisava agir com muita habilidade para se equilibrar. Continuou acelerando até que acabou a gasolina, e a chuva parou. Mas não havia mais açúcar sobre seu corpo. Só pele. Limpa. E o homem mudou de nome, de cidade. Nunca mais viu a grande Doceira. Descobriu que tinha vida.
Hoje anda de moto mesmo que a moça do tempo diga que vai chover… mas ainda conversa com o amigo Buda pelo Skype.
When the WEATHER girl says it will rain…
WHetHer she likes or not, go ahead!
Chove chuva… Chove sem parar…
Abraço!